Posted by : luh reynaud quarta-feira, 6 de abril de 2016


Saudações, aventureiros práticos e dinâmicos! É bem verdade que uma das coisas que tende a afastar pessoas anteriormente atraídas ao RPG é o conjunto de múltiplas regras que se tem que aprender para jogar. Falo não somente de sistemas de regras, mas também de regras de conduta e até mesmo conceituais. “O que é narração?”, “Para descrever seu personagem, você deve fazer assim...”, “Você não pode simplesmente rolar os dados, deixe-me explicar...”.

Com isso, é de vital importância que se tenha cautela ao jogar com iniciantes, coisa que já foi discutida nesta matéria aqui. Mas o que eu gostaria de focar hoje é no quanto facilitar o sistema mecânico de regras do jogo pode ajudar na inserção de novatos ao hobby. Acredito nisso por experiências passadas que tive e por percepção e empatia próprios (digamos que tenho conseguido muitas graduações nessas áreas, hehe).

Sabemos que regras de conduta, tutoriais e mecânicas podem ser demais para a pobre cabecinha dos interessados na prática do RPG, logo, é sempre bom pegar leve.

Procure dar papel de maior destaque ao que acontece na história do mundo fictício criado durante suas jogatinas. O foco principal de um novo jogador deve ser a construção da história conjunta com os companheiros de mesa e não quantos pontos de dano ele pode causar se pegar determinado talento (sendo que um novato provavelmente nem vai saber como fazer isso...). Para falar a verdade, acredito que esse deve ser o foco de todos os jogadores, mas principalmente dos novatos, por ainda não estarem acostumados ao hobby.

Posso utilizar como exemplo minha primeira campanha real de RPG narrativo, que vai soar familiar àqueles que lêem assiduamente o blog: Medieval Wars. Medieval Wars faz parte de uma longa campanha que tive e trata-se do primeiro RPG de mesa de enfoque interpretativo que joguei – apesar de eu já ter jogado outros RPGs por imaginação, considero esse o meu primeiro “narrativo” e pouco mecânico. Pois bem, essa campanha utilizava regras toscas e que simulavam pouquíssimas ações, ou seja, era um sistema focado apenas no combate. Mas é aí que entra um fator muito importante: a história não era puramente combativa, mas era importante e ampla.


O fato de o sistema ser tão simples ajudava a mim e a meus jogadores a não perdermos tempo consultando regras ou manuais e seguir jogando, utilizando-nos apenas do bom senso e regras básicas. E posso dizer com segurança: foi grandioso. Todos nós lembramos com muito carinho dessa campanha e comentamos sobre nossas lembranças até hoje.

Com esse exemplo quis mostrar como uma campanha pode ser interessante, mesmo com regras básicas e pouco simulativas, e como isso ajuda na inserção dos novatos ao jogo. Um iniciante, que ainda não entende bem como montar seu personagem, não vai se sentir limitado durante a criação do mesmo se tiver contato com regras simples, porém amplas. Pode ser muito interessante por em mãos um sistema simplista e que dê grande liberdade aos jogadores – e até mesmo ao mestre.

Considero que o ideal seria iniciar com sistemas fáceis e intuitivos, que possam ser facilmente dominados por todos da mesa, para então partir para aqueles de natureza mecânica mais complexa. Pense nisso quando for incluir aquela sua amiga, namorado ou conhecido no incrível mundo RPGístico. O foco deve ser dado ao mundo fictício e à ação narrativa dos personagens jogadores nele! Logo, considere utilizar-se de um sistema bastante simples como uma opção bastante plausível!

Mais uma coisa: seja tolerante com aqueles que ainda não entendem coisas mais profundas sobre determinado sistema de regras ou que preferem mecânicas mais fáceis. Afinal de contas, todos tem de “iniciar no nível 1”, não é?

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